A ferramenta Potencial Bruto para a Bicicleta (PBB) pretende identificar as áreas com maior e menor potencial para a utilização da bicicleta em função da população-alvo, pela sua disposição para usar a bicicleta, e das áreas-alvo, pelas condições geográficas, de ambiente construído e uso do solo.

Considerando as especificidades das cidades principiantes, este método olha para o potencial bruto, em vez de avaliar o nível de infraestrutura ciclável já existente. Ao avaliar as áreas com maior potencial, a ferramenta permite apoiar as cidades principiantes a decidir onde iniciar os investimentos cicláveis, aumentando as probabilidades iniciais de sucesso. Progressivamente, outras áreas e rotas podem se seguir, visando atingir uma rede integrada e inclusiva para toda a cidade.

Para além de mapas detalhados, a ferramenta produz um valor médio de PBB, permitindo posicionar a cidade num ranking nacional de potencial ciclável.

Ranking de potencial ciclável

PosiçãoMunicípioPontuaçãoDensidade populacional
Porto4,08Muito Alta (5 976 pessoas/km2)
Tavira*3,91Baixa (43 pessoas/km2)
Beja*3,78Baixa (31 pessoas/km2)
Lisboa3,78Muito Alta (6 448 pessoas/km2)
Portimão3,69Média Alta (305 pessoas/km2)
Amadora3,69Muito Alta (7 367 pessoas/km2)
Matosinhos3,59Muito Alta (2 811 pessoas/km2)
Vila Nova de Gaia3,57Muito Alta (1 794 pessoas/km2)
Trofa3,55Alta (542 pessoas/km2)
10ºGondomar3,53Muito Alta (1 274 pessoas/km2)
11ºOdivelas3,51Muito Alta (5 484 pessoas/km2)
12ºValongo3,50Muito Alta (1 249 pessoas/km2)
13ºMaia3,48Muito Alta (1 627 pessoas/km2)
14ºLoures3,42Muito Alta (1 211 pessoas/km2)
15ºOeiras3,40Muito Alta (3 751 pessoas/km2)
16ºFundão3,32Baixa (41 pessoas/km2)
17ºSanta Maria da Feira3,18Alta (645 pessoas/km2)
18ºMachico3,14Média Alta (319 pessoas/km2)
19ºMarco de Canaveses3,09Média Alta (264 pessoas/km2)
20ºCondeixa-a-Nova2,93Média (123 pessoas/km2)
21ºChamusca2,70Muito Baixa (13 pessoas/km2)
Este ranking apenas apresenta os municípios que até agora foram analisados no âmbito do projeto BooST.
*Neste município apenas a cidade central foi analisada, não toda a área urbana.

São organizados pela sua pontuação média do Potencial Bruto para a Bicicleta (1-5). Cada município é classificado consoante a sua densidade populacional face o panorama português:
Muito Alta > 1000 pessoas/km2
1000 > Alta > 500 pessoas/km2
500 > Média Alta > 200 pessoas/km2
200 > Média > 100 pessoas/km2
100 > Média Baixa > 50 pessoas/km2
50 > Baixa > 20 pessoas/km2
Muito Baixa < 20 pessoas/km2

Para aceder aos mapas detalhados, clique no nome dos municípios.

 

O método recorre a um conjunto de dez indicadores que revelam características físicas do ambiente construído e condições da população que foram reconhecidas a nível internacional, como tendo influência na mobilidade ciclável. Para cada um dos indicadores é produzido um mapa que classifica o território em análise (tipicamente um município ou um conjunto de municípios) numa escala de 1 (menor potencial ciclável) a 5 (maior potencial ciclável).

É assim dada particular importância à dimensão espacial da análise do potencial ciclável, permitindo identificar áreas mais e menos propícias a este modo, independentemente do potencial médio do território em análise.

Os dez indicadores são reunidos num mapa agregado do potencial bruto para a bicicleta e num valor médio agregado desse mesmo potencial (média ponderada à população). O mapa agregado resulta da média ponderada dos dez mapas anteriores, usando como pesos os valores indicados na figura acima. Estes pesos são baseados no consenso científico relativo ao impacto do indicador na promoção da bicicleta como modo de transporte. Quanto mais relevante o indicador, maior o seu peso.

P1| Idade: identifica as zonas onde residem mais pessoas com idades mais propensas ao uso da bicicleta. A média dos segmentos de idade em cada subsecção é comparada com a média do município (*A).

P2| Densidade de procura potencial: identifica as zonas com maior densidade de pessoas que realizam deslocações com distâncias propícias ao uso da bicicleta (1,6 – 8 km).

P3| Densidade de emprego: identifica as zonas onde trabalham mais pessoas.

P4| Taxa de motorização: identifica as zonas onde residem mais condutores. Este valor é utilizado como a representação da posse de carro e comparado com a média nacional (*440 carros/habitantes).

A1| Acessibilidade a estabelecimentos de ensino: identifica as áreas propícias ao uso da bicicleta para realizar o percurso para os estabelecimentos de ensino.

A2| Acessibilidade a centralidades: identifica as áreas propícias ao uso da bicicleta para realizar viagens quotidianas (compras, lazer, etc.).

A3| Acessibilidade a interfaces de transportes: identifica as áreas propícias ao uso da bicicleta como complemento ao percurso pendular.

A4|Acessibilidade relativa: classifica a área urbana do município consoante a distância média que uma bicicleta consegue circular num determinado tempo em comparação com a do carro no mesmo período.

A5| Conetividade: identifica as zonas onde se encontram mais quarteirões com dimensões adequadas ao uso da bicicleta.

A6| Diversidade de usos: identifica as zonas com uma maior diversidade de comércios e serviços.